sábado, 8 de maio de 2010

Paradela - Formas de Estar


A Trofa vive hoje momentos de profunda viragem naquilo que é a construção de algumas das infra-estruturas essenciais de mobilidade para o nosso concelho.
A obra da variante rodoviária, é uma obra da mais elementar importância para muitos trofenses que utilizam o comboio para as suas deslocações diárias. Vários minutos de viagem serão poupados, aumentando a eficiência mobiliária da viagem. Bem como, serão eliminadas incomodativas passagens de nível, havendo ainda a oportunidade de providenciar alguns arranjos urbanísticos na nossa cidade e no nosso concelho.
Contudo perante este cenário animador para o futuro da Trofa, são preocupantes os constrangimentos que esta obra provoca na vida de algumas populações trofenses. É algo que se lamenta àqueles que em nome de um futuro mais próspero padecem de incómodos pontuais no seu quotidiano. E, neste caso especifico, a situação vivida pelas gentes de Paradela é um exemplo paradigmático. Esta população, a sua paciência e a sua determinação são factores cruciais para o avanço da obra e para a certeza de um maior desenvolvimento. O povo de Paradela tem enfrentado este sacrifício com todo o civismo e espírito de colaboração, por uma obra que trará a este lugar um forte impulso progressista e de modernidade, sendo de congratular a postura que esta população tem vindo a assumir.
A Trofa só tem a ganhar com um união de esforços de todos, povo, forças políticas, freguesia e autarquia em prol da minimização dos impactos negativos da obra e pela maximização dos benefícios da construção da variante ferroviária.
Porém algo causa muita perplexidade: a forma de aproveitamento político da situação por parte do PSD é uma posição constrangedora para um partido de indubitáveis responsabilidades, para o bem e para o mal, no passado recente do nosso município.
É um facto: não foram acautelados com prudência e determinação os constrangimentos causados por esta obra na vida dos habitantes de Paradela. Quem teve a responsabilidade de há vários anos atrás, com a REFER, elaborar os melhores planos para salvaguardar os interesses da população, não teve a competência nem a boa vontade necessária para adoptar as melhores soluções.
Ouvir o PSD a falar das responsabilidades logísticas desta obra, faz-nos pensar que quem governou a Trofa durante 10 anos não foi o PSD. Mas foi. Ou então, este PSD não se revê na sua própria governação durante os últimos anos.
A última Assembleia de Freguesia e Assembleia Municipal deu para demonstrar que hoje a oposição laranja, especialmente em S. Martinho, é uma oposição agastada com o seu próprio passado e disposta a todo o conjunto de truques para tentar destabilizar o ambiente político trofense, o que lhe causa défices de credibilidade. No conjunto de insinuações lançadas reconhece-se um partido descontente pelo peso do seu próprio passado recente. Está na hora de ultrapassarem isso e começarem, como oposição, a contribuir efectivamente para o futuro do concelho da Trofa.
Não se coloca em causa a legitimidade dos partidos em criticar, mesmo que ferozmente. Fazer política criticando é legítimo, fazer politica faltando à verdade é desgostoso para aqueles que estão na política para lutar por uma Trofa melhor. Penso mesmo que, o PSD concelhio presentemente não se revê nestas atitudes agitadoras do seu núcleo de S. Martinho que, definitivamente, perdeu a objectividade e a compostura política.
A Trofa não precisa de que constantemente falem do passado, relembrem “os méritos” de outrora. Os trofenses sempre e para sempre reconhecerão os contributos que diversas entidades deram para o concelho da Trofa, o povo é sábio e não esquece, e no passado dia 11 de Outubro o povo mostrou o que sabia e o que não esqueceu sobre os primeiros 10 anos do concelho da Trofa.
Por fim, no dia do corte da avenida de Paradela, a presidente da Câmara Municipal da Trofa estava junto da população de Paradela. Estar naquele local, naquela hora seria provavelmente o último sítio que um politico com responsabilidade governativa gostaria de estar. Mas esta era a sua obrigação, foi também uma atitude reveladora de uma política próxima, ouvinte e disponível. Estar junto do povo não é uma atitude que se tem durante os 15 dias antes de uma eleição, mas sim uma forma de estar continuamente ao serviço da população.
E não se consta que no dia do corte da avenida de Paradela o PSD também lá tenha estado a dar a cara juntos dos trofenses e proteger os interesses da povoação de Paradela.
Marco Ferreira
in Jornal da Trofa

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