domingo, 6 de junho de 2010

Avançar Sem Desculpas

Por: Marco Ferreira
 
«Devo pessoalmente um pedido de desculpas ao país», afirmou Pedro Passos Coelho, em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa.
Foi desta maneira que o novo líder dos sociais-democratas se dirigiu aos portugueses após ter mostrado o seu beneplácito para com as medidas tomadas por José Sócrates, relativamente à estratégia a adoptar de forma a equilibrar as nossas finanças públicas: “peço desculpa”. 

Apesar de não concordar com a ideologia de Passos Coelho respeito-o e acredito que trouxe um novo ânimo à nossa política, sendo uma pessoa capaz de fazer um debate político sério e profícuo. Contudo, este estranho pedido de desculpas, permite fazer-se uma reflexão sobre a desculpabilização dos políticos e até mesmo como hoje se tornou vulgar dizer "desculpa-me".
 Pedimos desculpa quando admitimos que tomamos más opções, que prejudicaram alguém ou vão prejudicar muitos outros. Para alguns, é um acto de humilhação e de orgulho ferido, para outros, é um acto de honorabilidade e de recuperação do orgulho próprio da pessoa humilde.
Contudo, é sabido, existe a falsa desculpa que é aquela que não é acompanha por um verdadeiro sentimento de arrependimento e de vontade de mudança, por alguns esta é a chamada "desculpa de político". O pedido de desculpa deve ser acompanhado por três factores fundamentais: sinceridade, arrependimento e consequência. A desculpa "coelhista" parece não ter nenhum dos factores. Se Passos Coelho fez o que acha estar certo, de que se desculpa então? Um líder deve acreditar nos seus projectos e nas suas práticas e, se estas forem difíceis de aceitar, pode pedir compreensão, mas tem a obrigação de as clarificar e fazer os outros confiar no seu rumo.
Para além do mais, uma desculpa deve resultar numa consequência, que pode ser menor ou maior consoante o erro cometido. "Palavras leva-as o vento", uma pessoa responsável deve ser capaz de agir consoante os actos, e actuar de forma a corrigir os erros e a preservar a sua dignidade. Uma desculpa sem consequência, é demagogia, é falsidade.
Como disse, e muito bem, o líder da bancada parlamentar do PS, Francisco Assis: "Acho que os políticos têm de fazer em cada momento aquilo que devem fazer e têm de estar de consciência tranquila. No dia em que eu pedir desculpa por alguma coisa é para me retirar da vida política, porque teria reconhecido que tinha cometido algum erro que me impediria de prosseguir na vida política. Como acho que não o fiz, e como me tenho empenhado em exercer condignamente as minhas funções, não peço desculpa por nada. Quanto muito poderia pedir compreensão". Sublinho, um político, eleito pelo povo, se entender que prejudicou o povo ou o ambiente político, se entender ser necessário pedir desculpa pela sua actuação enquanto político, só deve ter como caminho demitir-se.
De maneira nenhuma diminuo a dignidade de Passos Coelho por este episódio, que mais não passou de uma gaffe com a qual ele próprio terá aprendido, muito menos entendo que se deva demitir, o que seria prejudicial para o país. Porém, na situação actual contámos com os nossos líderes para agirem em conformidade com as suas convicções. Uma pessoa que faz aquilo que acredita, que segue os valores em que confia e que tem a coragem de avançar, é alguém com a determinação necessária para evoluir e melhorar a vida das pessoas.
Não é o momento para pedir desculpas, é o momento de sermos firmes nos nossos projectos para avançar Portugal.

3 comentários:

Manuel Machado disse...

2 Observações;

1º Vens-te pronunciar sobre o tema, semanas depois do acontecimento... eh eh eh, andas a segui o telejornal através do RTP História é?? Lol

2º Vejo que o fenómeno Pedro Passos Coelho começa a preocupar-vos e muito, é um bom sinal! ;)

Anónimo disse...

A presidente é que devia pedir desculpa por ter estragado o pódio final na super especial

Parecia uma pit babe... a levar com o champanhe

foi a primeira vez em muitos anos que vejo uma "individualidade" que após entregar os troféus fica no pódio com os pilotos

Aqui se vê a sede (não de champanhe)mas de mediatismo!

ENFIM

Luis Pedro disse...

Isto a mim pareceu-me uma indirecta pa uma tal de pseudo professora que no mesmo jornal pediu desculpas as funcionarias da junta.

e verdade sr marco?