quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Uma Escola Perto de Si

São do conhecimento geral as mudanças que têm vindo a ser aplicadas na política educativa nacional. Temas relacionados com professores, alunos e os edifícios escolares são recorrentes na comunicação social. Isto acontece porque a educação em Portugal tem vivido reformas que alteraram a forma como os jovens, e não só, vivem o seu percurso escolar.
Estas alterações são visíveis ao nível das infra-estruturas com o plano nacional de requalificação do parque escolar (com abrangência nas escolas primárias da Trofa e, em breve, na Escola Secundária), estão patentes nas redefinição do sistema de gestão escolar (forma como são geridas as escolas, e como os seus intervenientes são representados) e no, muito polémico, regime de avaliação dos professores.
Às escolas foi atribuída uma maior autonomia, consequentemente uma maior responsabilidade. Aos pais um maior poder de participação activa, fazendo-se apelo ao uso do mesmo. À autarquia é pedido maior capacidade de inovação e concepção estratégica. Aliás na redefinição do sistema de gestão estão implicados três objectivos fundamentais: abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na sua direcção estratégica, favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas e reforçar a autonomia das escolas.
É nesta abertura das escolas à sociedade que pode estar um factor de sucesso no desenvolvimento intelectual e social dos jovens do concelho da Trofa. É para este fim que exigem esforços conjuntos das escola, autarquia e comunidade.
Necessitámos de uma escola que se abra à sociedade para que a sociedade se abra à escola. Uma escola poderá formar melhor os seus alunos, se desenvolver projectos que tenham em conta a realidade próxima. É desejável ver as empresas a contar com a colaboração de alunos, e os alunos a aprender nas empresas. É importante as famílias sentirem-se próximas das escolas, para poderem participar vincadamente na educação pedagógica dos filhos. É vantajoso o contacto entre ex-alunos e alunos actuais de forma a partilhar experiências, permitindo que os ex-alunos continuem a ter abertas as portas das escolas. É crucial procurar colaborações com as universidades, para que, o ensino superior chegue mais cedo e mais perto dos nossos alunos.
Assim, o apelo é claro e é dirigido aos vários intervenientes. Aos professores, principalmente aos professores dirigentes das escolas (uma vez que a eles cabe exclusivamente este papel), pede-se que sejam inclusivos colocando o seu poder ao serviço das escolas e da comunidade. Às empresas é lançado o desafio da inovação, procurando crescer juntamente com a comunidade e procurando tornar as suas linhas produtivas autênticas salas de aula promovendo um trade-of de oportunidades e conhecimento. Os pais são incitados a participar, a sugerir e a fazer-se representar activamente nos órgãos de gestão da escola. Por último, uma autarquia competente e dinâmica pode romper definitivamente as barreiras que separam a escola da sociedade, promovendo sinergias entre todos os intervenientes e, neste caso, não se pedem investimentos financeiros, mas que invista em oportunidades, em parcerias e em criatividade.
A Trofa deve agora acompanhar devidamente esta mudança de paradigma na educação. E acredito que a comunidade trofense estará apta a deixar as escolas serem presença viva na sociedade. Em última instância, idealizo uma escola (nomeadamente secundária) sem portas e portões, sem grades nem muros que a separem da vida em sociedade.

Nota Final 1: a última assembleia municipal foi animadora em termos de participação do povo trofense que encheu a sala. Em Dezembro existirá nova reunião da assembleia, e gostaria de ver novamente a sala repleta de trofenses cheios desta nova energia e de vontade em participar neste novo futuro para o nosso concelho.
Nota Final 2: nesta época natalícia faça compras ou passeie pela Trofa, aproveitando o que o nosso comércio tradicional tem de melhor. A Rua Conde S.Bento, por exemplo, está muito aprazível e convida a uma caminhada.

Artigo de Opiniao de Marco Ferreira no Jornal da Trofa

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