quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Tertúlia - Economia Local - Os Municípios como solução para um contra-ciclo económico

 
Na passada quinta-feira, dia 5 de Fevereiro, decorreu a primeira de várias tertúlias mensais que a JS Trofa pretende organizar até final deste ano. A JS, pretende com este tipo de iniciativas dar um sinal de maior "abertura" da estrutura a todos os jovens que se interessem em participar, contribuir e discutir o futuro de Portugal e essencialmente, o futuro da Trofa. Decidimos que, promovendo estas iniciativas com oradores de excelência e com um percurso político relevante seria o caminho mais fácil para que cada vez mais jovens se interessem pela política e que a discutam junto de nós!
A primeira sessão contou com a presença do Professor e Ex Ministro Augusto Santos Silva e com o Vereador Municipal do PS Magalhães Moreira, que abordaram diferentes perspetivas deste tema. Magalhães Moreira, transmitiu as dificuldades diárias de governar uma Câmara Municipal totalmente desgovernada e afundada em dívidas, onde todos os dias um novo credor se deslocava à Câmara Municipal da Trofa para reclamar uma dívida, que na maioria das vezes, não existia um documento a comprovar o seu procedimento ou registo de obra. Só com um enorme sentido de responsabilidade e grande rigor, foi possível ao executivo do PS dar a volta a uma situação que se encontrava destinada ao insucesso. Mas este executivo deixou também uma marca bem vincada do que é ser socialista e governar um município com políticas de esquerda. A aposta na educação e na ação social foi uma marca do PS na liderança dos destinos dos Trofenses.
O Professor Augusto Santos Silva trouxe ao debate uma visão muito mais abrangente da Economia, recorrendo a três escalas diferentes. Inicialmente, uma escala nacional, em que criticou a forma de atuar deste governo que empobrece a cada dia que passa os Portugueses, impedindo assim que o poder de compra aumente e consequentemente aumente também a qualidade de vida dos Portugueses. Mais poder de compra traduziria no imediato um estímulo para a nossa economia, a capacidade de maior investimento, que resultaria num contraciclo económico, em que fornecedores, produtores, vendedores e consumidores beneficiariam.
Numa segunda variável apresentou-nos uma escala regional, em que cada vez mais o foco se deve manter no combate para que os municípios sejam providos de uma maior autonomia. Autonomia essa, que permitiria aos municípios através do maior conhecimento das suas potencialidades investir o necessário para se tornarem independentes e inverterem o processo de austeridade provocada pelo Governo central em todo o país.
Numa terceira e última escala, a local, o Professor Augusto Santos Silva elencou a “intermunicipalidade” como uma relação extremamente necessária para o futuro e autonomia dos municípios. Partilhou connosco a sua visão sobre este aspeto, e baseou os seus contributos essencialmente em duas premissas. O da proximidade e desenvolvimento. Isto é, dois concelhos vizinhos serão muito mais desenvolvidos, quanto maior for a união de esforços para a realização de investimentos que permitam uma maior qualidade de vida aos seus habitantes, uma maior oferta a quem visita esses concelhos e acima de tudo permita um maior desenvolvimento económico para os concelhos.
Todas estas variáveis entroncaram num tema que tem tanto de importante como de urgente e necessário para a região Norte do País, a Regionalização. Acreditamos que será através da Regionalização, e consequentemente delegação de maior autonomia, descentralização de poderes que poderemos inverter este ciclo económico cada vez mais viciado, e que se submete às decisões de Lisboa. Em pleno século XXI é impensável que todas as decisões e investimentos sejam canalizados para a região de Lisboa, quando o país e essencialmente a região Norte do país são cada vez mais afetados pelo desemprego, desemprego esse que é provocado pelo constante desinvestimento com que este (des)Governo nos (des)governa.
A JS Trofa acredita ter proporcionado uma noite diferente às dezenas de pessoas que participaram e contribuíram durante esta iniciativa. Registamos com muito agrado o facto de termos visto jovens e menos jovens não afetos ao PS ou JS a contribuírem com as suas opiniões durante esta tertúlia.
Fica a promessa, em Março estaremos de volta com mais um tema atual e um orador de excelência!
 
 

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