quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Falsa partida | Opinião de Daniel Lorenço

Em democracia temos que saber aceitar os resultados eleitorais e deles retirar as ilações necessárias. E assim o fizemos. Durante este último ano toda a estrutura interna da JS e do PS da Trofa dissecou os resultados. Agora que se assinala um ano de mandato do atual Executivo Municipal da coligação Unidos Pela Trofa PSD/CDS, é hora de se fazer um balanço da sua prestação.

Todos se lembram da campanha efetuada por este executivo, repleta de chavões como “apostar nas acessibilidades”, “combater as desigualdades”, “fomentar a criação de postos de trabalho”, “Ninguém fica para trás” ou até mesmo “Devolver o Orgulho aos trofenses.” A verdade é que post annum, a nosso ver, o orgulho é que ficou para trás. 

Sérgio Humberto é um presidente populista e demagogo, que demonstra incapacidade de gestão e aptidão para o cargo que ocupa. Mais grave do que isso, é um presidente sem visão de futuro. A falta de estratégia para o concelho é mascarada por uma aposta na imagem, no marketing e na propaganda bacoca, utilizando um discurso de intriga e conflito, fazendo uma perseguição agressiva à oposição. Conviver em democracia é respeitar todos os partidos e principalmente a oposição.

Muito se fala agora de uma redução de dívida, essa que foi criada pelo PSD nos tempos do despesismo e clientelismo, da falta de rigor e do favorecimento ilícito, uma época muito familiar ao actual presidente, que era um dos quadros mais próximos do executivo da altura, com um contrato de €1600/mês por 6 (!) horas de trabalho por semana. Mas voltando à famigerada redução, ela só foi possível devido à política de grande rigor orçamental, executada pelo anterior executivo socialista, que permitiu a adesão ao PAEL e Plano de Reequilíbrio Financeiro com a entrada de 29 milhões de euros para pagamento de dívida a fornecedores. Acreditamos que só com um forte rigor orçamental, podemos avançar e que voltando aos tempos do anterior executivo PSD, estaremos a hipotecar o futuro e o progresso. Este é o Executivo que trouxe de volta o passado pouco transparente. A propósito desta tal falta de transparência ainda esta semana saiu no Índice de Transparência Municipal(ITM) uma queda da CM Trofa, próxima da centena de lugares, no que a transparência nas Autarquias Locais diz respeito.

Dizia Sérgio Humberto, nos seus primeiros discursos, que ia apostar nas acessibilidades, que ia tapar todos os buracos, criar alternativas para o trânsito e que prometia repor a ligação da iluminação pública por todo o concelho. Ao fim de um ano, e porque sabemos o quão difícil é governar uma CM endividada, aguardamos serenamente pelo cumprimento dessas promessas como a execução das variantes ou a prometida rotunda na Carriça (ainda que tenha havido um retrocesso nestes assuntos). A mesma compreensão não podemos ter em relação à repavimentação das ruas e à sua iluminação (todos vemos postes desligados numa rua perto de nós) ou até mesmo à demolição dos pontilhões, que dizia o Presidente aquando da sua eleição, “vai ser resolvido rapidamente, em pouco tempo”. A repavimentação da EN104 entre a Abelheira e a entrada da A3 é um bom exemplo da falta de capacidade para resolver com sucesso os problemas do concelho. (Uma obra executada há sensivelmente duas semanas já está com o piso degradado). Aguardamos uma explicação da Câmara Municipal da Trofa.

Já todos nos acostumamos aos discursos populistas e cheios de promessas vazias do Presidente. A cerimónia de apresentação de uma grande empresa tunisina (com direito a uma peça no JORNAL DA TARDE DA RTP1), que vinha encetar raízes na Trofa e criar 250 postos de trabalho, devido à grande influência de Sérgio Humberto, tornou-se afinal numa mão cheia de nada, numa história assombrada, que ainda está por explicar (e acreditamos que assim ficará). Sérgio Humberto tem o dom de expelir palavras que se transformam em pó. A promessa feita de resolução dos maus cheiros da Savinor ainda está por concretizar. Apesar do jornal oficial do PSD/CDS fazer capas constantemente dizendo que a situação está resolvida, os maus cheiros só não se sentem em Famalicão.

A promessa do combate às desigualdades e da aposta educação foram mais umas que ficaram para trás. A oferta dos livros escolares aos alunos do ensino básico era uma medida revestida de justiça social e igualdade. Muitas são as crianças que sofrem de exclusão na escola por não terem livro porque seus pais não têm possibilidades para comprar, outras são as que sofrem deum fenómeno chamado “pobreza envergonhada”. Todos sabemos que os escalões sociais nem sempre refletem as reais dificuldades das pessoas. E porque o valor não é assim tão significativo tendo em conta a importância desta iniciativa. Este é o Executivo que ficará manchado para sempre como aquele que retirou os livros às crianças do ensino básico. Esta é a Câmara que gasta 200 mil euros em publicidade e marketing (uma página inteira no JN a parabenizar esse mesmo jornal pelo seu aniversário é um mau exemplo de promiscuidade), que gasta 20 mil euros em concursos de fotografia, que gasta 62 mil euros num festival de cinema mal organizado e ignorado pela população, que gasta 20 mil euros em revistas, mas que não quer gastar 40 mil euros em livros para crianças do ensino básico. Esta é a Câmara das prioridades trocadas.

A JS está ciente das dificuldades que acarreta a governação de um Câmara e por isso fará uma oposição responsável e sem demagogias ou populismos. Mas a JS sabe que não está enganada nas prioridades que deve ter uma autarquia. Estamos agora, como sempre estivemos, disponíveis para dar o nosso contributo, para termos mais Trofa para os trofenses.

Pela Trofa e pelos trofenses, sempre…

Daniel Francisco Lourenço

1 comentário:

Anónimo disse...

Camaradas camaradas, José Sócrates nosso líder foi preso. Temos que fazer alguma coisa para o libertar, pois ele dá muitos votos ao PS. É impreterível termos José Sócrates a fazer campanha connosco nas próximas legislativas, independentemente dos crimes que ele cometeu.