segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

// JS 40 Anos a Lutar Por Ti // | Opinião de José Santos

"Ninguém nos imporá uma agenda política, discutiremos aquilo que é mais oportuno para o país" - João Torres.
Decorreu no passado fim-de-semana, em Tróia, o XIX Congresso Nacional da Juventude Socialista. Pelo cariz histórico que este local representa para a estrutura, foi a escolha acertada para a reunião magna dos Jovens Socialistas, no ano em que esta comemora o seu 40º aniversário.
Um congresso que ficará marcado pela presença de um dos fundadores do Partido Socialista, o histórico Mário Soares, que recebeu das mãos de João Torres o diploma de militante de honra da Juventude Socialista. Convém relembrar aos críticos, que Mário Soares foi preso inúmeras vezes para permitir que hoje sejamos um país livre, e esses mesmos que o criticam, o possam fazer sem recearem ser oprimidos ou perseguidos. No dia anterior à comemoração dos seus históricos 90 anos, Mário Soares teceu largos elogios à forma de estar na política da JS, e terminou dizendo “Chegar a uma casa destas, cheia de jovens, quando o país está de cócoras, em que tudo foi destruído, e ver-vos aqui aos berros pela Liberdade e pela Democracia, é o melhor que me podiam ter feito. Estou entusiasmadíssimo com o que estou a ver! Vocês são fantásticos! Viva a Juventude Socialista”, recebendo assim, como não poderia deixar de ser, a maior ovação da tarde. Ainda na tarde de sábado, o congresso recebeu a visita do Secretário-Geral do Partido Socialista – António Costa – que, uma vez mais, reforçou a confiança na JS para caminhar a seu lado, e assim mobilizar Portugal em torno do seu projecto, para juntos alcançarmos uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.
A sessão de encerramento contou com a presença do recém eleito presidente do Partido Socialista – Carlos César - que na sua intervenção, informou que a proposta da JS para a criação de incentivos para os jovens emigrantes poderem regressar ao país além integrar o programa de governo do Partido Socialista, merecerá também grande destaque por parte deste. Esta será uma das bandeiras do programa do PS.
Tróia ficará para sempre marcado na história da JS Trofa. Foi neste congresso que a nossa estrutura esteve representada pela maior delegação de sempre. Entre delegados eleitos e subscritores de moções éramos 9! As moções serão discutidas e votadas em sede de comissão nacional. Este congresso ficará ainda marcado pela eleição de 3 elementos para os órgãos nacionais da estrutura, número histórico e digno de registo. Marco Ferreira foi eleito pela Juventude Socialista como inerente à Comissão Nacional do PS. O Presidente da Concelhia da JS, Amadeu Dias e o Presidente da Mesa da Comissão Política Concelhia da JS, Nuno Moreira foram eleitos para integrarem a comissão nacional da JS. Um claro reflexo daquilo que tem sido o trabalho da JS Trofa nos últimos anos. A responsabilidade será acrescida, mas tenho a certeza que a JS Trofa saberá mais uma vez honrar e transmitir na sua forma de estar na política os valores e ideias do socialismo.
Após participar naquele que foi o meu último congresso nacional da JS, e não ignorando o tempo que ainda me resta enquanto militante da JS, penso que estarei em condições de emitir um pensamento do que pertencer à juventude socialista me trouxe. Pertencer a uma juventude partidária devia ser uma experiência pela qual todos os jovens deveriam passar, nem que seja uma curta experiência. Falando da minha participação, integrar os quadros de uma “jota” permitiu que me tornasse um cidadão mais atento, mais interventivo e acima de tudo mais interessado naquilo que realmente quero para o meu país. Fez-me perceber que não podemos somente dizer “está mal!”, temos que procurar perceber porque é que está mal, e tentar de uma forma ou outra dar o nosso contributo para melhorar. E acima de tudo, a principal lição que tiro da minha militância na JS, é que não nos podemos conformar. Não podemos aceitar que decidam por nós. Na JS e citando o que disse João Torres no seu discurso de encerramento do congresso “ninguém nos imporá uma agenda política, discutiremos aquilo que é mais oportuno para o país”.
Ignorando por completo o que o futuro me reserva em termos políticos, de uma coisa eu tenho a certeza, depois de passar pela JS, olho para o mundo que me rodeia, com outros olhos.
José Santos

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

As comemorações do aniversário do concelho | Opinião de Amadeu Dias

A Trofa não é, como alguns (a) querem vender, a Terra do “Diamante”. A Trofa é a Terra do “Coração”, do coração dos Trofenses, conquistada com todo o seu amor e, por isso, tão importante e valiosa para nós. /
Trofa: Uma data histórica, uma celebração e as desconsiderações de sempre!
A 19 de Novembro de 1998 milhares de Trofenses invadiram Lisboa em busca de um futuro risonho. Muitos milhares, como eu, que confesso na altura com os meus 10 anos não tinha a real noção do quão importante estava a ser aquele dia, aguardámos ansiosamente pela decisão final. Lembro-me perfeitamente de estar com o meu pai a seguir atenciosamente pela rádio tudo o que se passava na Assembleia da República, até que ao final da tarde finalmente é conhecida a decisão. “Trofa a Concelho Já”, passou de uma exigência a uma realidade. Recordo, arrepiado, as horas que se seguiram a esta notícia. Milhares de Trofenses saíram de casa e entupiram todas as estradas no centro da Trofa. Foram horas de espera para receber aqueles heróis que foram a Lisboa “tornar realidade” o nosso sonho.
Já a noite ia longa quando os autocarros começaram a chegar ao centro da Trofa e toda uma celebração sem igual, sem partidos, sem cores invadiu o coração dos Trofenses. Afinal, naquele dia, tudo ficou de lado. Todos se abraçaram, todos gritaram bem alto e em uníssono a palavra TROFA! Aquela noite jamais será esquecida por todos os Trofenses.
A esperança de ser um concelho de eleição, a euforia de construir a nossa autonomia, a procura de um crescimento sustentado, que permitisse melhorar a qualidade de vida dos Trofenses eram as grandes expectativas dos cidadãos.
Mas, infelizmente, e por razões já conhecidas, a Trofa caminhou rapidamente em direcção ao abismo. Foram anos de má gestão, de clientelismo político, de irresponsabilidade, e essencialmente de ilusões (raramente cumpridas), que praticamente hipotecaram o futuro do nosso ainda jovem concelho.
Durante largos anos, a Trofa foi dirigida sem responsabilidade. Os Trofenses, soberanos como sempre nas suas decisões, decidiram inverter o rumo político em 2009. O executivo do PS eleito nesse ano, deparou-se com uma Câmara Municipal endividada, com milhões de dívida escondidos em todas as trincheiras possíveis. A realidade não poderia ser mais devastadora. O sonho que uniu milhares de Trofenses no 19 de Novembro de 1998 fugia por entre as nossas mãos.
O PS apostou então na credibilização da imagem da Trofa e no rigor financeiro para tentar devolver a esperança aos Trofenses. É certo que não cumprimos com tudo o que prometemos (PS), mas tivemos a capacidade de devolver a esperança aos Trofenses através de uma gestão rigorosíssima de uma Câmara que se encontrava totalmente “devastada”. É certo que errámos e falhámos em vários momentos, mas temos a consciência que fomos essenciais para um recomeço deste concelho.
Fez em meados de Outubro um ano de governação do executivo da coligação PSD-CDS na Trofa. Os Trofenses deram uma oportunidade a novos rostos liderarem a nossa autarquia. E convém aqui lembrar o percurso ao longo deste primeiro ano. Este executivo, liderado pelo Senhor Presidente Sérgio Humberto, apregoou que seriam o executivo de TODOS os Trofenses, que liderariam a Trofa despindo a “camisola partidária” e tratando todos os Trofenses da mesma forma. Pois bem Senhor Presidente, cumprir promessas não é consigo. Desde o início que tem demonstrado não estar ao nível do cargo que ocupa.
Hostilizar e perseguir exaustivamente a oposição não vai certamente de encontro às suas promessas. Proferir, em assembleias municipais, intervenções públicas desprovidas de qualquer conteúdo sustentado e assentes, somente, no domínio da insinuação, não merece de todo a aprovação dos Trofenses. Não foi para isto que foi eleito. Foi eleito sim, e deixe-me utilizar as suas palavras, para tratar “TODOS os Trofenses da mesma forma”. E é no seguimento deste chavão que a Juventude Socialista quer demonstrar a sua insatisfação em relação a dois assuntos.
Como é do conhecimento de todos, aquando das comemorações do aniversário do concelho da Trofa, há um programa de festividades a cumprir. Entre as muitas actividades a desenvolver, a “Visita dos autarcas à escola” é para nós tida como essencial. É neste contexto que expressamos com natural desagrado o que se passou na passada segunda-feira dia 17. O executivo PSD-CDS deslocou-se a várias escolas do concelho, e aquando dessas visitas, naturalmente, convidou os Senhores Presidentes de Junta a acompanha-los. Para nosso espanto, isso verificou-se em todas as freguesias, exceptuando na União de Freguesias do Coronado. E a explicação é fácil. Uma vez mais, o PS foi desrespeitado. O Senhor Presidente José Ferreira, perplexo, só ao final da manhã de segunda-feira foi convidado para acompanhar a visita, que já estava a decorrer, às escolas EB 1 da Portela, em São Romão e EB 1 Feira Nova em São Mamede. O executivo da coligação demonstrou uma vez mais desconsideração pelo PS, na pessoa do Senhor Presidente de Junta, mas mais grave que isso, desrespeitou toda a população dos Coronados. Mas o desrespeito não ficou por aqui. No dia seguinte (terça-feira) foi inaugurada uma bancada no Pavilhão de São Romão. Como já vem sendo hábito, o convite não chegou ao Senhor Presidente de Junta.
Ao Presidente José Ferreira, queremos desde já mostrar a nossa solidariedade e dizer-lhe que poderá contar sempre com a JS Trofa na reivindicação dos direitos dos seus fregueses.
Mas o desrespeito pelas comemorações do aniversário do concelho e pelos Trofenses não se ficou por aqui. Uma vez mais, o executivo da coligação apresentou em reunião de Câmara uma proposta absurda. Propunham a atribuição de “Cidadão honorário”, a um secretário de estado, desconhecendo-se até hoje, qualquer ligação à Trofa que não seja o facto de ser do CDS-PP. E convenhamos que não é aceitável, que se sirvam da maior condecoração do nosso concelho para premiar um “político” ligado aos seus partidos. As razões para tal atribuição pura e simplesmente não existem. Não podemos permitir que se condecore alguém que nada tem em comum com o nosso concelho. A nosso ver, vulgarizar a mais nobre condecoração do concelho da Trofa é desrespeitar todos os que lutaram por este concelho.
É altura de dizer BASTA, e, de uma vez por todas, respeitar TODOS os Trofenses.
A Trofa não é, como alguns (a) querem vender, a Terra do “Diamante”. A Trofa é a Terra do “Coração”, do coração dos Trofenses, conquistada com todo o seu amor e, por isso, tão importante e valiosa para nós.
A JS Trofa acredita que apenas com respeito e promovendo a igualdade, TODOS se continuarão a abraçar, a gritar bem alto e em uníssono:
TROFA!
Amadeu Dias