Em democracia temos que saber aceitar os resultados eleitorais e deles retirar as ilações necessárias. E assim o fizemos. Durante este último ano toda a estrutura interna da JS e do PS da Trofa dissecou os resultados. Agora que se assinala um ano de mandato do atual Executivo Municipal da coligação Unidos Pela Trofa PSD/CDS, é hora de se fazer um balanço da sua prestação.
Todos se lembram da campanha efetuada por este executivo, repleta de chavões como “apostar nas acessibilidades”, “combater as desigualdades”, “fomentar a criação de postos de trabalho”, “Ninguém fica para trás” ou até mesmo “Devolver o Orgulho aos trofenses.” A verdade é que post annum, a nosso ver, o orgulho é que ficou para trás.
Sérgio Humberto é um presidente populista e demagogo, que demonstra incapacidade de gestão e aptidão para o cargo que ocupa. Mais grave do que isso, é um presidente sem visão de futuro. A falta de estratégia para o concelho é mascarada por uma aposta na imagem, no marketing e na propaganda bacoca, utilizando um discurso de intriga e conflito, fazendo uma perseguição agressiva à oposição. Conviver em democracia é respeitar todos os partidos e principalmente a oposição.
Muito se fala agora de uma redução de dívida, essa que foi criada pelo PSD nos tempos do despesismo e clientelismo, da falta de rigor e do favorecimento ilícito, uma época muito familiar ao actual presidente, que era um dos quadros mais próximos do executivo da altura, com um contrato de €1600/mês por 6 (!) horas de trabalho por semana. Mas voltando à famigerada redução, ela só foi possível devido à política de grande rigor orçamental, executada pelo anterior executivo socialista, que permitiu a adesão ao PAEL e Plano de Reequilíbrio Financeiro com a entrada de 29 milhões de euros para pagamento de dívida a fornecedores. Acreditamos que só com um forte rigor orçamental, podemos avançar e que voltando aos tempos do anterior executivo PSD, estaremos a hipotecar o futuro e o progresso. Este é o Executivo que trouxe de volta o passado pouco transparente. A propósito desta tal falta de transparência ainda esta semana saiu no Índice de Transparência Municipal(ITM) uma queda da CM Trofa, próxima da centena de lugares, no que a transparência nas Autarquias Locais diz respeito.
Dizia Sérgio Humberto, nos seus primeiros discursos, que ia apostar nas acessibilidades, que ia tapar todos os buracos, criar alternativas para o trânsito e que prometia repor a ligação da iluminação pública por todo o concelho. Ao fim de um ano, e porque sabemos o quão difícil é governar uma CM endividada, aguardamos serenamente pelo cumprimento dessas promessas como a execução das variantes ou a prometida rotunda na Carriça (ainda que tenha havido um retrocesso nestes assuntos). A mesma compreensão não podemos ter em relação à repavimentação das ruas e à sua iluminação (todos vemos postes desligados numa rua perto de nós) ou até mesmo à demolição dos pontilhões, que dizia o Presidente aquando da sua eleição, “vai ser resolvido rapidamente, em pouco tempo”. A repavimentação da EN104 entre a Abelheira e a entrada da A3 é um bom exemplo da falta de capacidade para resolver com sucesso os problemas do concelho. (Uma obra executada há sensivelmente duas semanas já está com o piso degradado). Aguardamos uma explicação da Câmara Municipal da Trofa.
Já todos nos acostumamos aos discursos populistas e cheios de promessas vazias do Presidente. A cerimónia de apresentação de uma grande empresa tunisina (com direito a uma peça no JORNAL DA TARDE DA RTP1), que vinha encetar raízes na Trofa e criar 250 postos de trabalho, devido à grande influência de Sérgio Humberto, tornou-se afinal numa mão cheia de nada, numa história assombrada, que ainda está por explicar (e acreditamos que assim ficará). Sérgio Humberto tem o dom de expelir palavras que se transformam em pó. A promessa feita de resolução dos maus cheiros da Savinor ainda está por concretizar. Apesar do jornal oficial do PSD/CDS fazer capas constantemente dizendo que a situação está resolvida, os maus cheiros só não se sentem em Famalicão.
A promessa do combate às desigualdades e da aposta educação foram mais umas que ficaram para trás. A oferta dos livros escolares aos alunos do ensino básico era uma medida revestida de justiça social e igualdade. Muitas são as crianças que sofrem de exclusão na escola por não terem livro porque seus pais não têm possibilidades para comprar, outras são as que sofrem deum fenómeno chamado “pobreza envergonhada”. Todos sabemos que os escalões sociais nem sempre refletem as reais dificuldades das pessoas. E porque o valor não é assim tão significativo tendo em conta a importância desta iniciativa. Este é o Executivo que ficará manchado para sempre como aquele que retirou os livros às crianças do ensino básico. Esta é a Câmara que gasta 200 mil euros em publicidade e marketing (uma página inteira no JN a parabenizar esse mesmo jornal pelo seu aniversário é um mau exemplo de promiscuidade), que gasta 20 mil euros em concursos de fotografia, que gasta 62 mil euros num festival de cinema mal organizado e ignorado pela população, que gasta 20 mil euros em revistas, mas que não quer gastar 40 mil euros em livros para crianças do ensino básico. Esta é a Câmara das prioridades trocadas.
A JS está ciente das dificuldades que acarreta a governação de um Câmara e por isso fará uma oposição responsável e sem demagogias ou populismos. Mas a JS sabe que não está enganada nas prioridades que deve ter uma autarquia. Estamos agora, como sempre estivemos, disponíveis para dar o nosso contributo, para termos mais Trofa para os trofenses.
Pela Trofa e pelos trofenses, sempre…
Daniel Francisco Lourenço
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Comunicado da JS Trofa acerca do primeiro ano de Mandato da JS Trofa
No passado dia 2 de Novembro de 2014 completou-se o primeiro ano de mandato dos órgãos da Juventude Socialista da Trofa eleitos em 2013. Avaliar o que foi feito e prestar contas é, a nosso ver, obrigatório e ao mesmo tempo um exercício de transparência para com os militantes e todos os jovens Trofenses.
É justo que comecemos por dizer que o legado deixado pelos elementos que compunham os anteriores órgãos era “pesado”. Além do desempenho meritório realizado em prol dos Trofenses nas diversas áreas, o maior legado era manter os valores e os princípios pelos quais nos orientamos. Transmitir os valores da lealdade, honestidade, companheirismo e responsabilidade a esta nova geração que compõe a Juventude Socialista da Trofa era um dos maiores desafios. Esta é, e será sempre, uma prioridade para nós. E, a nosso ver está a ser cumprida. Porque só sabemos estar na política para servir a comunidade, e só o poderemos fazer com responsabilidade.
Este primeiro ano para uma nova equipa é normalmente um ano de reorganização/adaptação interna. Assim foi. A estrutura concelhia perdeu dezenas de militantes por atingirem o limite de idade para pertencer à Juventude Socialista, no entanto conseguimos que, cerca de uma centena de jovens se juntasse a nós para consolidarmos o nosso crescimento. É importante destacar a formalização de 2 núcleos que representam cerca de 2/3 dos militantes do concelho. Os núcleos de Bougado (S. Martinho e Santiago) e de Guidões e Alvarelhos, presididos pelo Rui Miguel e pelo Nuno Moreira respetivamente, terão um papel fundamental na estrutura concelhia. Depositamos em ambos grandes esperanças, uma vez que reúnem características necessárias para acompanharem de perto as angústias e problemas dos jovens nestas freguesias e desse modo tentarem encontrar soluções para que alguns desses obstáculos sejam ultrapassados. Os núcleos devem também “fiscalizar” o desempenho dos executivos das suas freguesias, para assim proporem medidas sempre que achem oportuno fazê-lo. O objetivo para o segundo ano de mandato é completar as restantes formalizações, para dotarmos cada freguesia com uma equipa capaz de acompanhar os jovens das mesmas. Esta proximidade dos núcleos com os jovens das suas respetivas freguesias, permitirá à concelhia identificar e cooperar para que sejam encontradas soluções para os problemas.
Foi um ano intenso a nível político para a nossa estrutura. O PS venceu as Eleições Europeias, e a JS Trofa participou em diversos eventos do partido. Mas o momento que marcou este ano, foi sem dúvida, a abertura do PS a uma nova realidade. O PS mostrou ser um partido diferente, e fez história no âmbito político. Alargou o poder de decisão do futuro dos Portugueses a todos os cidadãos que assim entenderam fazê-lo. Mais de 150.000 pessoas se inscreveram como simpatizantes para poderem escolher o candidato a Primeiro-ministro do PS. A JS Trofa adotou, desde o primeiro momento, uma postura de neutralidade neste processo. Ninguém foi influenciado a escolher entre qualquer um dos candidatos. Foi notória a liberdade de escolha, uma vez que vários dirigentes da estrutura expressaram publicamente o apoio aos dois candidatos. Foi com motivação, empenho, dinâmica e acima de tudo, com um grande respeito uns pelos outros, que todos se envolveram no apoio ao seu candidato. A vitória só podia sorrir a um candidato, mas todos sabíamos que depois do dia 29 de Setembro, independentemente do vencedor, o nosso candidato seria o mesmo. Parabéns a todos os que se envolveram. Deram um grande exemplo de como conviver com a diferença e assim, toda a estrutura saiu fortalecida.
Destacamos, entre as várias que realizamos, 4 ações inovadoras na Juventude Socialista da Trofa.
A educação é um dos pilares que defendemos. Como tal, e porque é nosso dever alertar para as desigualdades, em Março deste ano, uma delegação da Federação Distrital da Juventude Socialista do Porto juntamente com a Juventude Socialista da Trofa, visitou a Escola Secundária da Trofa, e ouviu da parte do seu diretor as preocupações relativas à paralisação das obras, que promove, dentro da mesma comunidade escolar graves falhas no que à equidade diz respeito. Em pleno século XXI, é inadmissível que a comunidade escolar seja sujeita a desenvolver o seu trabalho diário em condições precárias (em contentores). Tudo isto, devido a questões políticas (prioridades governamentais). No entanto, é com natural agrado que a JS Trofa verifica que as obras já recomeçaram em todas as escolas do país que se encontravam na mesma fase de obra e que, de uma vez por todas a comunidade escolar terá ao seu dispor as condições necessárias para desenvolverem o seu árduo trabalho.
Este primeiro ano fica também marcado pela proximidade entre a estrutura da JS Trofa e a Associação de Estudantes da EST. Através de vários encontros com o presidente da mesma, que sempre se mostrou disponível, as estruturas conseguiram envolver e “dar palco” a dezenas de alunos de artes. No âmbito das comemorações do 25 de Abril, a JS Trofa dinamizou e devolveu durante dois dias o espírito de Abril aos Trofenses. Além da sempre simbólica distribuição de centenas de cravos e da animação do centro da cidade com músicas alusivas ao dia, a JS Trofa em conjunto com os comerciantes deu a oportunidade aos alunos da EST de mostrarem os seus trabalhos através de uma exposição de quadros alusivos ao 25 de Abril. Criámos um verdadeiro ambiente de Abril. Para os mais velhos foram dias de reviver a data, para os mais novos a oportunidade de aprenderem sobre esta data marcante do nosso país.
Promovemos também uma iniciativa diferente. Não conseguimos ficar indiferentes ao conhecermos a luta que a Inês Vilarinho, uma jovem do nosso concelho, travava pela sua vida. Sensibilizámos por esta causa, promovemos uma caminhada, e no final os fundos reverteram totalmente para a Inês. A sociedade civil compareceu em grande número e contribuiu com o seu donativo para esta nobre causa.
No âmbito político participámos, através dos elementos eleitos em várias comissões políticas nacionais e distritais da JS e do PS, defendendo sempre o nosso concelho nas mais variadas matérias. Dotámos os militantes da Trofa de mais ferramentas políticas, apostando em sessões de cariz político que, a nosso ver, são fundamentais para a aquisição de todo um argumentário político que servirá para preparar o nosso futuro. Formar politicamente os nossos militantes será um dos grandes pilares do segundo ano deste mandato. Acreditamos, que é nosso dever inverter a opinião, através das nossas ações, e mostrar aos jovens descrentes na política, que só participando e estando envolvidos na esfera política podemos fazer do nosso país um país melhor e mais justo.
O nosso papel enquanto JS é muito mais abrangente que as fronteiras das nossas portas. É nosso dever promover uma política diferente, de proximidade, auscultando os nossos jovens e tentando ir de encontro aos seus anseios. Numa altura em que todos os dias é posto em causa o nosso sistema político, é nosso dever reforçar as nossas convicções e continuarmos a caminhar sob os desígnios da credibilidade, honestidade e lealdade, para que mais jovens se interessem e participem na política.
Neste âmbito, o trabalho para o segundo ano de mandato afigura-se exigente e, por isso, motivante. Queremos continuar a percorrer este caminho, crescendo na nossa capacidade de atuar politicamente, através de mais formação e mais reflexão. Queremos intervir e exigir uma urgente mudança de rumo por parte do atual executivo municipal que tem retirado futuro a este concelho de tantas capacidades. Queremos envolver, dando espaço para mais jovens terem na JS o seu espaço de intervenção cívica e política na Trofa, no Distrito e no País.
Queremos mais JS. Queremos mais esquerda. E, fundamentalmente, queremos mais Trofa.
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